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Um segurança para cobrir os três turnos

Este cenário é registado na escola do Iº ciclo do ensino secundário 1224, Njinga Mbande, bem pertinho do IMIL. Segundo o sub-director administrativo, Cláudio Saraiva Viegas, a sua instituição só está bem em termos de segurança porque é vizinha de uma unidade policial, pois com um funcionário na segurança não seria possível. O organigrama da escola diz que a instituição necessita de 19 seguranças, divididos em três turnos (manhã, tarde e noite), mas actualmente têm apenas três, desde 2015, um em cada 24 horas, que faz a supervisão interna e o controlo do estabelecimento de ensino.

O funcionário do dia, encarregue de manter a segurança da escola, quando regista alguma dificuldade, pede apoio à esquadra vizinha. De modo a manter o asseguramento na escola, os professores também têm ajudado o segurança a manter a ordem, com a disponibilidade de três coordenadores de turno.

Cláudio Viegas explicou que estão com poucos seguranças nas escolas públicas porque há muito tempo que não se fazem concursos públicos para suprir esta necessidade.

Contudo, apelou as instâncias superiores a reverem a situação dos seguranças nas escolas, assim como o programa Brigada Escolar, que devolvia o sentimento de segurança nas escolas, quer no interior, quer no exterior da instituição de ensino.

Quanto à segurança na instituição dirigida por Milton Silva, no IMIL, contrataram uma empresa privada, que presta serviço nesta área, 24/24 horas, no interior do estabelecimento, com no mínimo 10 efectivos. As áreas de limpeza e segurança são serviços terceirizados no IMIL.

Segurança clama por reforço do quadro de pessoal

O coordenador da área do 1º de Maio, que controla a escola Nzinga Mbande, 22 de Novembro e a Biblioteca Comunitária, José Augusto, de 50 anos de idade, reconheceu que estão com falta de efectivos, isto porque alguns dos seus colegas já faleceram, outros se encontram doentes e uns estão aposentados.

José Augusto lamenta o facto de que na sua área não tem sido aumentado o número de trabalhadores, ou seja, o Ministério da Educação até ao momento não admitiu outros agentes de segurança.

“Em 2019, se bem me lembro, foram admitidas algumas senhoras para a área da limpeza, mas na nossa área, não”, disse. No Nzinga Mbande tem apenas um segurança por turno, o 22 de Novembro também um, assim como a Biblioteca Municipal, são um total de nove efectivos, divididos três em cada instituição. Pelo facto, em cada turno trabalha apenas um, número muito reduzido.

Segundo José Augusto, no período em que começou a trabalhar na escola Nzinga Mbande, isto em 1990, cada instituição de ensino tinha 10 efectivos por turno, que faziam 24 horas, e no dia seguinte idem.

Actualmente, o quadro é diferente, se o colega que deveria substituir o outro não aparecer, por motivo de doença ou um outro, o coordenador deve assumir o posto do colega em falta.

“Diante desta situação o Ministério da Educação não tem nos apoiados, assim como a delegação provincial da Educação. Nós trabalhamos 24 horas, nem alimentações temos, passamos fome, quem por aqui passar de certeza que vai procurar pelo segurança, porque não temos uniforme, nem passe de identificação. Não temos botas, luvas, porretes ou spray tóxicos para neutralizar o agressor, quando necessário, já que estamos proibidos de usar armas. Hoje só nos dizem que não há verbas”, disse.

Reconhece que quando a Brigada Escolar estava em funcionamento não sentiam muita pressão no trabalho, porque o segurança tinha o auxílio da Polícia, mas, depois da sua extinção as dificuldade aumentaram.

SOCIEDADE

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2023-03-30T07:00:00.0000000Z

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