Quinhentos profissionais da saúde juntam-se para a campanha massiva de cirurgias

“O foco será dinamizar as campanhas, aumentar o acesso as unidades sanitárias e retomar a regularidade de índice de ocupação das salas de bloco operatório. Tencionamos trabalhar até as 15 horas”

Leonardo Inocêncio.

Sob a tutela do Ministério da Saúde, começou ontem, 7 de Fevereiro e vai até ao dia 7 de Março do corrente ano, a campanha massiva de cirurgias, com um total de 500 profissionais da saúde envolvidos que prevêm atingir mais de dois mil pacientes. Serão feitas cirurgias obstetras e ginecológicas, do lábio leporino, de colostomia e ileostomia, entre outras, nas províncias de Luanda e Bié

Depois das províncias de Luanda e Bié, que começam com a referida campanha, seguirse-á a província de Cabinda, cuja actividade dependerá do número de pacientes que necessitarão dos serviços disponibilizados.

Segundo o secretário de Estado para área Hospitalar, Leonardo Inocêncio, o objectivo da campanha é facilitar o acesso da população às unidades sanitárias, reduzir o número de pessoas na lista de espera e a melhorar a saúde da população.

Na província do Bié, a campanha de cirurgias será realizada apenas numa única semana por conta do número de pacientes. “As campanhas vão surgindo de acordo com o número de pacientes que uma determinada província apresenta. Em Luanda, existe o maior número de pacientes na lista de espepublicado ra, sobretudo os que padecem de hidrocefalia, fístulas obstétricas, colostomia e ileostomia, entre outras”, disse.

Leonardo Inocêncio afirmou que se vão juntar à campanha profissionais de saúde de várias áreas, perfazendo assim uma cifra de cerca de 500 profissionais de saúde.

Entre as cirurgias a serem realizadas estão as de alta complexidade, as obstetras e ginecológicas, onde algumas pacientes serão necessariamente internadas, pelo menos 15 dias. Por isso, não estarão no projecto apenas as unidades sanitárias ligadas directamente ao projecto, mas também o Centro de Tratamento de Endemias e Pandemias, situado em Calumbo.

“O foco será dinamizar as campanhas, aumentar o acesso às unidades sanitárias e retomar a regularidade de índice de ocupação das salas de bloco operatório. Tencionamos trabalhar até as 15 horas”, frisou Leonardo Inocêncio.

De acordo com o secretário de Estado para área hospitalar, o Hospital Geral vai operar hérnia em conjunto com o Instituto Oftalmológico Nacional de Angola (IONA), que fará cirurgias de catarata. O Hospital Pediátrico “David Bernardino” vai operar hérnia pediátrica, o Américo Boavida urologia, e o Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulmonares “Cardeal Dom Alexandre do Nascimento” casos de hidrocefalia.

O Hospital Walter Strangway opera lábio leporino, a Maternidade Lucrécia Paim faz cirurgias ginecológicas, o hospital materno infantil Dr. Azancot de Menezes faz fístulas obstétricas e o Josina Machel vai realizar cirurgias de colostomia e ileostomia.

Vinte mulheres por dia são diagnosticadas com miomas

Das 50 consultas externas realizadas diariamente de ginecologia, na maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, 40% das mulheres (20) são diagnosticadas com miomas, segundo uma reportagem pelo jornal OPAÍS, no ano passado, na sua edição 2553.

Na maternidade Lucrécia Paim, os casos de miomas são registados e acompanhados dentro da consulta de ginecologia. Na mesma instituição muitas são as mulheres na lista de espera para serem operadas e algumas com diagnóstico definitivo pendente, porque há chances de que podem engravidar e retornar com o tratamento.

A médica obstetra e ginecologista, directora dos serviços ambulatórios da referida maternidade, Eurídice Luísa Chongolola, que conversou com OPAÍS, na altura, disse que todos são realizadas 50 consultas de ginecologia, das quais 40% são portadoras de miomas, e diariamente realizam duas grandes cirurgias.

Eurídice Chongolola lembra que as miomas são formações sólidas que crescem a nível do útero e actualmente muitas mulheres são acometidas por esta infecção. O estilo de vida, a alimentação e métodos contraceptivos têm influenciado bastante no crescimento do miomas, segundo a especilaista.

A infecção é muito frequente na raça negra. Pode aparecer em idades reprodutivas, ou seja, desde que a mulher ou menina comece a menstruar, até aos 45 anos.

Existem miomas que ficam dentro do músculo do útero, estes ao ocupar as fibras musculares podem trazer uma quantidade de sangramento fora do normal durante o período menstrual.

O mioma não é de crescimento rápido, começando apenas como fibromas. Existem os miomas localizados fora do útero, que são designados de subseroso, que crescem e interferem nos órgãos próximos, isto porque aumentam consideravelmente de tamanho e chegam a pesar cerca de 20 quilogramas, para além de fazerem pressão.

Este tipo de operação também será feita na campanha de cirurgiais que decorre de 7 de Fevereiro a 7 de Março, nas províncias de Luanda e Bié.