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A falta de financiamento fez com que cerca de cinquenta por cento das organizações que operavam no mercado na

Neusa Filipe

As comunidades em Angola são apontadas como sendo as que mais sofrem com o impacto negativo causado pela falta de financiamento que muitas Organizações da Sociedade Civil recebiam, outrora, de parceiros internacionais.

Com o surgimento da pandemia da Covid-19 e o conflito que actualmente afecta a Ucrânia, muitos destes doadores tiveram que virar o seu foco para outros países.

Relatos de alguns responsáveis das Organizações da Sociedade Civil dão conta que, actualmente, as instituições que conseguiram sobreviver a crise estão a desenvolver as suas actividades com muitas limitações devido a escassez de orçamentos. Se havia noutra altura, por exemplo, organizações que implementavam mais de seis projectos, actualmente só conseguem implementar um ou dois, o que é considerado pouco, face as inúmeras dificuldades. Dados a que OPAIS teve acesso, do ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, referem que houve, em Angola, em anos anteriores, um alargamento significativo do número de associações. Actualmente existem cerca de 920 associações registadas.

Entretanto, a falta de financiamento fez com que cerca de 50 por cento das organizações que operavam no mercado nacional reduzissem os seus projectos. Com o agravar da situação, algumas chegaram mesmo a encerrar os seus escritórios . A SOS Habitat, por exemplo, viu-se obrigada a encerrar, temporariamente, as suas estruturas por falta de recursos, tal como contou, à nossa reportagem, André Augusto, ex-membro desta organização.

O activista civico é actualmente presidente da Associação Acção de Apoio às Iniciativas Colectivas Individuais das Comunidades (AAAICIC). Na conversa com OPAÍS, Andre Augusto fez saber que, para além da SOS Habitat, outras associações viram-se obrigadas a encerrar as portas. Na lista perfilam a associação Rede que tem, neste momento, os seus projectos suspensos por falta de financiamento.

André Augusto lamenta o facto de as Organizações da Sociedade Civil não serem reconhecidas com o Estatuto de Utilidade Pública, o que lhes daria o direito ao financiamento do Estado. Disse que, em Angola, ainda não se viu materializada a

POLÍTICA

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2022-12-02T08:00:00.0000000Z

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