“Angola tem um trabalhador social para cada 10 mil pessoas”

O Fundo de Emergência Internacional

● Em entrevista ao jornal OPAÍS, o representante do UNICEF em Angola, Ivan Yerovi, faz uma incursão sobre a situação dos direitos da criança, analisando as mais variadas questões. Acredita que ainda não temos capacidade institucional para acompanhar todos os problemas que envolvem a criança, uma vez que o nosso país tem um trabalhador social para cada 10 mil pessoas.

das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) é o órgão da ONU vocacionado para a promoção da defesa dos direitos das crianças. A organização com escritórios espalhados pelo mundo está, desde 2020, representada em Angola por Ivan Yerovi, funcionário do UNICEF há 25 anos, período durante o qual desempenhou funções em vários países. Nesta entrevista, o formado em gestão de sistemas de saúde faz uma incursão sobre a situação dos direitos da criança, no país, analisando questões como a desnutrição crónica, o trabalho infantil, o acesso à educação, e o funcionamento das instituições afins. Acredita que ainda não temos capacidade institucional para acompanhar todos os problemas que envolvem a criança, uma vez que o nosso país tem um trabalhador social por cada 10 mil pessoas

Quais são as principais acções que o UNICEF tem desenvolvido em Angola, desde que foi nomeado como representante neste país? Eu cheguei ao meio da situação da Covid-19, em Setembro de 2020, no país. Eu posso dizer que, em dois anos, eu vi um avanço muito grande em relação à atenção da criança, e à atenção das famílias, na situação da Covid. A decisão política do Governo, que foi acompanhada com a alocação de dinheiro para a compra de vacinas, por exemplo, foi muito importante, e o UNICEF trabalhou muito perto do Ministério da Saúde, para trazer vacinas no país. Eu acho que foi, pelo menos, um ano e um bocadinho mais que dedicamos, para garantir que o país tenha as vacinas necessárias para a Covid. Marcou muito a nossa cooperação em 2020/2021 e 2022, também. Muitos dos problemas que afectam as crianças e os serviços sociais, serviços de saúde, estiveram dedicados à situação da Covid. Agora, o Governo está,

O Governo apresentou a declaração de Luanda, que tenta reduzir a desnutrição crónica; são documentos muito importantes, mas o desafio é traduzir os documentos em realidade”