Ordem considera urgente a criação de laboratórios biomédicos nos hospitais

Uma das razões evocadas pelo líder da referida organização teve a ver com a necessidade de um trabalho mais completo e profundo, que vise à detecção de agentes biológicos, seu acompanhamento, imunização ou preparação de vacinas

Obastonário da Ordem dos Biomédicos de Angola, Joaquim Castigo Levita, defende, com maior urgência, a criação de laboratórios biomédicos, em todos os hospitais do país, de modo a se verem resolvidas as questões de detecção biológica, acompanhamento de imunização ou vacinação.

“Hádiferençaentreumlaboratório médico e um biomédico. Muitos pensam que basta ter-se um microscópio para se ter um laboratório biomédico, mas nada disso. E pior ainda são aqueles que pensam que o laboratório tem de ser naquele canto indiferente dos hospitais”, reprovou o biomédico.

Adiantou que é preciso haver coragem para classificar os laboratórios médicos como sectores auxiliares.

Para aclarar, exemplificou dizendo que, quando houver uma evidência de malária, implica dizer-se que houve uma boa prospecta e uma confirmação.

Já o laboratório biomédico, segundo declarou o bastonário, é mais completo e profundo, porque deve ser capacitado para fazer a detecção de um agente biológico, o seu acompanhamento, o acompanhamento da imunização ou a preparação de vacinas.

Joaquim Castigo Levita procurou dar sustentabilidade ao que acabava de afirmar, referindo-se a gripes das aves, a gripes bovinas, Covid, a ébolas e a tendências das guerras biométricas, tendo acrescentado que esses fenómenos requerem a intervenção de especialistas da sua classe.

O especialista sublinhou que, actualmente, a aposta nessa área do saber se torna um imperativo, por causa dos desafios do momento, que acompanham muito a evolução científica.

Por causa disso, Joaquim Castigo Levita recordou que um dos objectivos principais da ordem que lidera é regular o exercício da profissão, no país, e acompanhar o desenvolvimento da ciência, uma vez que, segundo pensa, chega uma altura em que são mais evidentes as doenças de fórum biomédico.

No seu entender, o índice de quadros dessa especialidade ainda se revela muito reduzido, o que o obriga a reconhecer que muito está por se fazer.

Ainda assim, considerou ser um grande atraso ficar-se sem nada fazer, por falta de condições, argumentando que as doenças também não esperam por condições.

“Nós somos os pontos de partida e de chegada”

Questionado sobre a sua tendência de sobrepor os biomédicos aos médicos, Joaquim Castigo Levita respondeu, sem nenhuma hesitação, dizendo que se trata de uma profissão de tamanha importância na medicina, por ser o ponto de partida e de chegada, tendo destacado o factor diagnóstico.

“Vejamos que tudo começa com um diagnóstico e termina com o mesmo factor, até mesmo a diagnose pós-morte. Se não houver organização nesse sentido para qualquer um que exerça a sua actividade, sem que seja regularmente nesses padrões, realmente, estará a auto-mutilar-se”, referiu.

Em Dezembro de 2022, a Ordem dos Biométricos de Angola propõese a uma grande actividade que terá como pano-de-fundo uma introspectiva e perspectiva aos objectivos e metas, para em Abril de 2023 consolidar a afirmação desses especialistas no país.

Joaquim Castigo Levita falou do desconhecimento que alguns populares têm em relação aos quadros dessa área médica, apontando como razões o facto de ser um conceito novo, para muitos angolanos e o de os interesses dessa classe, anteriormente, terem sido integrados em especializações médicas.

“Mas hoje, está tudo bem claro, são as ciências médicas, as biomédicas e as veterinárias, só para citar algumas. Aliás, somos obrigados a comunicar mais, a fazer chegar os nossos serviços aos cidadãos e a promover a pesquisa e a produção, porque, em todas as fases da vida de formação, existem os planos curriculares e estes não são estáticos”, frisou o bastonário.