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CARTAZ.

“O Uso dos Instrumentos Tradicionais”, “Papel Pedagógico da Composição Musical” e “O Papel das Artes Performativas no Processo de Libertação Nacional”, Dom Caetano e Hélder Simbad, transformam conferências em aulas académicas

Augusto Nunes, em Catete

Agentes culturais focam debate sobre “Música”, “Dança” e “Teatro” em alusão ao Centenário de Agostinho Neto

Uma aula académica, assim foram caracterizados os debates das recém-realizadas conferências, no Centro Cultural Dr. António Agostinho Neto, em Catete, município do Icolo e Bengo, província de Luanda, em alusão ao Centenário do médico, escritor, Poeta-maior, autor dos perpetuados poemas, “Havemos de Voltar”, “Renúncia Impossível”, “Sagrada Esperança” e tantos outros. A palestra movida por uma concorrência activa dos participantes ávidos ao debate, e abertos ao conhecimento, iniciou-a o músico Dom Caetano, que dissertou o tema, “O Uso dos Instrumentos Tradicionais” e o “Papel Pedagógico da Composição Musical”. O músico desafiou os fazedores das artes nas suas diversas áreas a observarem com rigor, maior responsabilidade nas suas composições artísticas, sob pena de serem esquecidas por não reunirem qualidade.

Referiu que para que se possa ter um trabalho digno de qualidade e respeito é necessário que se faça uma análise prévia daquilo que se pretende transmitir à sociedade, realçando os aspectos criativos, o respeito e a responsabilidade pelas mensagens, e não pautar pelo imediatismo.

Dom Caetano admitiu que se assiste hoje, com bastante frequência, vários trabalhos produzidos por alguns jovens por via do imediatismo e não reúnem a qualidade requerida, e certas vezes repletas de mensagens obscenas e erros gravíssimos.

Apelou aos jovens músicos, em particular os kuduristas, aos principiantes em literatura, dançarinos e outros a melhorarem as suas composições (textos), para que sejam mensageiros de facto e as suas obras perdurem no tempo. Ao partilhar a sua experiência neste domínio, Dom Caetano procurou juntar o útil ao agradável, transmitindo aos jovens uma ideia genérica sobre composições, adiantando que a música, o livro, o teatro ou uma outra obra, muito bem-feitas, podem ser preservadas na memória ou num sistema de escrita ou notação. Recordou que a composição é a peça mais importante no capítulo da música, razão pela qual não se importa com a fama. “O ritmo pode ser bom, mas se a letra cantada não for boa, esta, rapidamente e da mesma forma é esquecida, porque a composição não agregou nada ao conhecimento”, disse Dom Caetano acrescentando que o mais importante, para si, é que a sua obra perdure no tempo pela qualidade que tem.

“A música tem três segmentos principais e se um deles estiver debilitado, a música também é débil. O primeiro passo neste domínio é a composição, ao que podemos chamar também letra. O segundo segmento é a melodia, o roteiro por onde passa a voz na composição”, justificou Dom Caetano, recordando que a melodia está entre as sete notas universais da música.

Curiosa e aberta à elevação dos seus níveis de conhecimentos, a jovem estudante Sandra Pascoal, membro do Atelier de Lucengomono, indagada quanto à sua percepção em relação à temática proposta, adiantou que as remete ao que hoje é a angolanidade e a ancestralidade, não obstante a ausência dos antigos Jangos tradicionais, onde os mais velhos contavam histórias, passando o legado e os bons conselhos à comunidade, em particular à juventude.

“Os Jangos eram importantes fontes do conhecimento e hoje, já não existem. É necessário que se promovam mais mesas redondas e abordar temáticas do género, como forma de preservar o nosso património, a nossa história cultural e artística”, aditou. A jovem considerou a conferência como um património vivo, um legado recebido de forma oral, visto que ao se referir de Dom Caetano, músico, homem de cultura e educador social, está-se diante de uma figu

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2022-08-17T07:00:00.0000000Z

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