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Aumento de transferência de moeda estrangeira poderá regular a economia

As empresas e pessoas singulares têm a oportunidade de poder transferir mais dinheiro. O montante passa de dois mil dólares para cinco mil dólares. Para o economista Osvaldo Cruz, essa abertura vai estimular e regular a economia que precisa de outro impul

Patrícia de Oliveira

os que mais oportunidades terão para se impor na província. Entretanto, prevê alguns constrangimentos relacionadas com as insuficiências de infra-estruturas de apoio, como são os casos da distribuição de água, luz e estradas que podem afugentar os investidores.

“Quando se fala em regimes especiais, portuários, aduaneiros ou zonas francas há necessidade de se olhar para as infra-estruturas de apoio. É certo que vai baixar a arrecadação de receitas, mas a província pode elevar os investimentos, desde que haja as infra-estruturas”, afirmou. A criação de pontos logísticos é, para o interlocutor, um dos aspectos essenciais para o sucesso da medida, razão por que acredita ser necessário a conclusão do Porto de Águas Profundas de Cabinda.

AIA: ‘Cabinda precisa se inserir numa zona competitiva’

O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, disse que a medida é bem-vinda, pois Cabinda precisava deste pacote especial.

Para José Severino, Cabinda deve estar inserida numa zona competitiva como onde se encontra com os dois Congos, e criar uma zona económica livre. Desta feita, os projectos de cariz económico na província terão maior produtividade, como são os casos da exploração de madeira, de ouro e a refinaria em construção.

Com esses pressupostos, refere o homem forte da AIA, estão criadas as condições para que esta província tenha maior intervenção regional, sendo que internamente haverá ganhos como maior empregabilidade. “Essa tributação reduzida é ajustada à medida para sermos competitivos naquela região, por isso pedimos que se faça o mesmo nas regiões fronteiriças do país se quisermos competir com a Namíbia e a África do Sul”, disse. José Severino disse que muitas pequenas e médias empresas enfrentam problemas relacionados com o crédito, o que tem implicado negativamente na implementação dos projectos.

Para dar resposta a essa questão, propuseram ao Governo a criação de um Fundo de Investimento Privado de Angola (FIPA), que para a AIA pode ser concretizada a partir da Taxa Aduaneira. “Somos todos contribuintes da Taxa Aduaneira e estamos a pedir que os impostos que nós pagamos nas importações seja dado 2%. É um fundo permanente, porque estamos sempre a importar”, disse, acrescentando que fizeram estudos de mercado e daí podem vir, inclusive, fundos soberanos de outros países.

Na ressaca do instrutivo do Banco Nacional de Angola (BNA) nº06/2022, que orienta o aumento das transferências de moeda estrangeira, as reações continuam, pois trata-se de uma medida que revoga a anterior, que vigorava desde de 2019. O economista Osvaldo Cruz acredita que esta medida pode ser justificada com o facto da taxa de câmbio do kwanza face as principais moedas estrangeiras ter registado alguma estabilidade nos últimos tempos provocando assim o aumento das solicitações dos clientes junto aos bancos comerciais. “O instrutivo vai permitir que determinados grupos de clientes recorram a entidades prestadoras de serviços financeiros para a realização das transferências, tal como sempre se verificou na economia angolana antes do início da crise financeira”, justificou.

Na sua opinião, o aumento das transferências da moeda estrangeira irá permitir o normal funcionamento das instituições financeiras que actuam neste sector de actividade, pois muitas delas já não operavam no mercado angolano.

Refere ainda que a paralisação de algumas casas de câmbios provocou a diminuição dos clientes na procura destes serviços junto aos bancos. Logo, os clientes terão mais alternativas de movimentar dinheiro nos mercados externos. O economista apela alguma prudência por forma a se evitar os erros do passado, e colocar em causa os programas estruturais em curso no país, pois a apetência pelos mercados externos pode comprometer a produção interna.

Osvaldo Cruz reforça a importância de se apostar na produção interna e incentivar o acesso aos mercados internacionais para a aquisição de produtos intermédios e industriais, por forma a potencializar o kwanza no médio ou longo prazo, “pois a estabilidade cambial só pode ser mantida com aumento da produção nacional”, considera. Western Union reforça laços em Angola

Antes da decisão do BNA, o presidente para Europa, Médio Oriente e África da Western

Union, Jean Claude Farah manteve um encontro com o governador da autoridade que regula o sistema financeiro, José de Lima Massano, onde reconheceu o desenvolvimento económico e financeiro do país nos últimos anos.

Destacou o domínio cambial, permitindo retomar com segurança a actividade que vinham exercendo em Angola até 2014, ao mesmo tempo que deu informações dos investimentos efectuados pela Western Union em termos de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e na digitalização da oferta de serviços de remessa de valores.

“Pode a curto prazo haver a redução das arrecadações, mas se se criar as condições necessárias para que as zonas francas ou regimes especiais funcionem vai-se aumentar mais empresas e competitividade”

“Somos todos contribuintes da Taxa Aduaneira e estamos a pedir que os impostos que nós pagamos nas importações seja dado 2%. É um fundo permanente, porque estamos sempre a importar”

CARTAZ

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2022-07-01T07:00:00.0000000Z

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