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Desafios

Lourenço coloca-se à disposição para uma governação aberta e fiscalização pública, de modo que as diferentes franjas da sociedade participem e influenciem as políticas públicas. “Vamos governar contando com a participação e o escrutínio de todos, dos deputados eleitos à Assembleia Nacional, das organizações não-governamentais, das classes profissionais, dos sindicatos, do sector empresarial privado organizado em diferentes associações, dos académicos, das igrejas reconhecidas e dos medias”, assumiu o Presidente.

Fazendo jus a este compromisso declarado por João Lourenço, a revista NEGÓCIOS EM EXAME promove, nes

ta edição, uma “mesa redonda” em que distintos intelectuais reflectem sobre os desafios macroeconómicos da presente legislatura.

Em tese, os 14 especialistas da economia, do direito, agronomia, relações internacionais, da banca, da gestão e cientistas sociais, identificam os estrangulamentos ao desenvolvimento socio-económico do país e apontam caminhos que podem colocar Angola na auto-estrada das economias desenvolvidas.

Na visão destes especialistas, para que o “bem-estar das populações” se materialize, João Loureço e os seus auxiliares têm pela frente um conjunto de desafios macroeconómicos a ultrapassar, nomeadamente o crescimento económico, historicamente ancorado ao petróleo, a política fiscal, a inflação, o ambiente de negócios, a atracção de investimento directo estrangeiro, de modo que, ultrapassadas estas barreiras, se traduzam na criação de empregos.

Outro desafio apontado pelos analistas, cujo controlo escapa ao Executivo angolano, é o cenário macroeconómico mundial, marcado essencialmente pela alta inflacionista da Europa e dos Estados Unidos da América, cujos bancos centrais vão tomando medidas de política monetária para a inversão do ciclo.

As últimas previsões da Oxford Economics indicavam que nos próximos dois anos a economia angolana cresceria na ordem dos 1,9% e 2,3%, respectivamente, abaixo do crescimento populacional, que anda acima dos 3%.

Já a consultora Fitch Solutions considera que a economia angolana cresça 3,5% este ano, mas abranda para 1,8% em 2023, devido à quebra no mercado petrolífero, abaixo da média da África subsaariana, cujo PIB deverá situar-se nos 3,3%.

Se se mantiverem actualizadas as estimativas da consultora Focus Economics feitas em Julho, Angola pode crescer 3,2% este ano e acelera para até 3,6% em 2024, sempre abaixo da média dos países da África subsaariana.

Entretanto, especialistas entendem que mesmo que as perspectivas mais optimistas se concretizem para Angola, o mau tempo económico da Europa, marcado pelo aumento nos preços do gás e a incerteza sobre o fornecimento futuro da Rússia, poderá afectar as economias periféricas, cuja dependência em termos de impostação diversa é substancial.

ENTREVISTA

pt-ao

2022-10-10T07:00:00.0000000Z

2022-10-10T07:00:00.0000000Z

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