Media Quiosque

OBRAS

Angola poderá ser afectada por uma inflação importada em função da excessiva dependência do mercado externo dos países europeus, asiáticos e americanos, segundo o economista Janísio Salomão

Texto: Milton Manaça

Avaliada em USD 831.994.725,75, esperase do Terminal do Porto de Águas Profundas do Caio um crescimento no movimento do comércio de Cabinda e a criação de mil e 600 empregos directos.

Aconsultora Oxford Economics África prevê que a produção de petróleo em Angola suba 4,4% este ano, para 1,18 milhões de barris diários, depois de ter crescido 3,8% de Janeiro a Agosto.

Num comentário sobre o petróleo em Angola, os analistas da consultora escrevem que a produção de petróleo no nosso país continua melhor este ano, em linha com as suas projecções. O crescimento de Janeiro a Agosto representa uma produção de 1,17 milhões de barris por dia, face ao mesmo período do ano passado, ou seja, 1,13 milhões de barris por dia em 2021, escreveram os analistas no comentário sobre o nosso país.

A consultora sublinha que as receitas do petróleo, que está actualmente 40% mais caro do que na mesma altura do ano passado, subiram mais de 72% nos primeiros oito meses deste ano face ao período homólogo e antevê novos projectos em breve no país.

“A nossa perspectiva de curto prazo para a produção de petróleo em Angola é optimista, graças aos novos projectos, a fase 2 do projecto Zinia, da Total Energies, e o projecto Cuida, da italiana Eni, cuja produção começou em Maio e Agosto de 2021, respectivamente, para além dos projectos Cabaça Norte e Ndungu”, apontam. Apesar desta previsão, os riscos são negativos, afirmam os analistas, exemplificando que pode haver mais problemas técnicos e perturbações nas cadeias de abastecimento. “Na China, que representou 70% das exportações de petróleo angolano em 2021, os confinamentos relacionados com a variante Ómicron afectaram adversamente a recuperação das exportações de Angola e obrigaram a companhia petrolífera nacional, a Sonangol, a vender as cargas de petróleo com grandes descontos, em Maio”, lê-se.

De acordo com os mais recentes dados da Agência Internacional da Energia, a produção de petróleo no país, em Agosto, manteve-se praticamente igual à do mês anterior, nos 1,18 milhões de barris diários. A diferença entre a meta da oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a produção real manteve-se nos 350 mil barris diários abaixo do máximo em Junho, o que se compara com uma diferença de 240 mil barris diários em Dezembro do ano passado, escrevem

os analistas, concluindo que apesar da melhoria na produção, Angola continua muito abaixo dos 1,8 milhões de barris atingidos em 2015.

Zínia com 40 mil barris

Dentre os projectos com a previsão para contribuir para Angola atingir a meta dos 1,18 milhões de barris diários, está a Fase 2 do Zínia, que vai produzir 40 mil barris de petróleo por dia, da responsabilidade da petrolífera francesa Total, enquadrada no Bloco 17. O arranque do ciclo curto Zínia Fase 2, ligado à Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Descarregamento (FPSO), do Pazflor, teve início em Maio de 2021, e inclui a perfuração de nove poços. Localizado em águas profundas de 600 a 1.200 metros e cerca de 150 quilómetros da costa marítima angolana, os recursos da Fase 2 do Zínia estão estimados em 65 milhões de barris de óleo equivalente. O desenvolvimento deste projeto foi feito com custos de investimento mais de 10% abaixo do orçamento, representando uma economia de 150 milhões de dólares.

A nossa perspetiva de curto prazo para a produção de petróleo em Angola é optimista, graças aos novos projetos, à fase 2 do projeto Zinia, da Total Energies, e ao projeto Cuida, da italiana Eni”

Avaliada em USD 831.994.725,75, esperase do Terminal do Porto de Águas Profundas do Caio um crescimento no movimento do comércio de Cabinda e a criação de mil e 600 empregos directos.

Uma draga, com capacidade para desassoreamento de dois mil e 400 metros cúbicos de materiais (areias) por hora, foi entregue às autoridades do Terminal do Porto de Águas Profundas do Caio, para acelerar os trabalhos finais em curso desta importante infra-estrutura.

A máquina, já em funcionamento, saiu de Luanda e vai fazer dois meses para dragar uma área para a construção do terminal de 300 mil metros quadrados, um canal de bacia de manobra do terminal com 15,5 metros e uma profundidade de bacia do porto de 14 metros.

O Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Porto de Cabinda, José João Kuvingua, referiu que é um marco importante no desenvolvimento do projecto e que vai acelerar, até certo ponto, o trabalho que por si só já teve certo incremento no início deste ano. Disse que a draga é um equipamento de grande capacidade que vai também desassorear cerca de 4 mil metros cúbicos de materiais (areias) por hora, criando assim as condições para o avanço normal e regular dos trabalhos, com o fim de se concluir o projecto em Dezembro de 2024. Para o PCA do Porto de Cabinda, José Kuvingua, os níveis de execução física do porto de águas profundas do Caio já atingiu os cerca de 35 por cento.

“É uma obra complexa e grande. Já foi feita muita coisa, como o molho de acesso, com mais de dois quilómetros, bem como a extensão de um braço que vai constituir a parte do terminal, com 1.250 quilómetros, além de uma profundidade de cerca de 10 metros, dando indicadores de avanços significativos”, disse.

A construção desta infra-estrutura económica, localizada no Caio Litoral, contará com três fases, sendo a primeira que consiste na construção das infra-estruturas portuárias e implementação de uma área de serviços de carga de 100 hectares, tendo sido contratada para o efeito a empresa China Road and Bridge Corporation (CRBC).

CONTENTS

pt-ao

2022-10-10T07:00:00.0000000Z

2022-10-10T07:00:00.0000000Z

https://mediaquiosque.pressreader.com/article/281578064584686

Media Nova