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ELISA QUINGILA

O novo rosto da moda em Malanje .

Aestilista Elisa Quingila estreou-se no mundo da moda com a apresentação pública de peças da sua colecção em meados de Junho. Recentemente, foi convidada e tornou-se num dos principais rostos da 6ª Edição do Moda Kids Malanje, que é um desfile de moda para crianças que se realiza todos os anos. Recém chegada no mundo da mo

da, conta que a sua criatividade é inspirada na conceituada estilista Nadir Tati, que é uma referência da moda angolana, quiçá africana. Sonha primeiro conquistar a simpantia dos que primam pela boa apresentação. No futuro, Elisa Quingila diz que gostaria de ingressar numa das melhores escolas de moda. Salienta que não quer ser apenas uma estilista para desfiles. Quer poder desenhar, montar uma fábrica e vestir as pessoas para as ocasiões especiais, mas, sobretudo, para o dia-a-dia.

“As ocasiões especiais temos uma vez por semana ou por mês, mas todos os dias precisamos de uma peça de roupa para vestir, nem que seja para ficar mesmo em casa. Quero desenhar e produzir este tipo de roupas”, argumenta. A pequena estilista, como é carinhosamente tratada, é natural de Luanda, mas mudou-se muito cedo para Malanje com os pais, onde, aos poucos, vai conquistando o seu espaço no mundo da moda. O desfile de estreia decorreu no Auditório Rei Ngola Kiluanje da Mediateca de Malanje.

O tema do primeiro desfile, com peças da sua colecção, foi “Aniversário”. A sala registou lotação esgotada. A estilista mostrou ser criativa, versátil e irreverente nas suas criações. Esclarece que “o tema do desfile foi aniversário porque mostramos na passarele aos

jovens malanjinos aniversariantes dos meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro que já não precisam se preocupar quando precisarem de peças exclusivas, principalmente para as sessões fotográficas”, explica.

Um talento nato

Elisa Quingila conta que entrou no mundo da moda por acaso. Não é algo que fazia parte dos sonhos, mas aos 12 anos já costurava roupas para os irmãos menores. Ao ver o empenho e a qualidade das peças que desenhava e costurava, o pai dicidiu matriculá-la num curso básico de corte e costura. Com esta formação, adquiriu novas técnicas e, com a ajuda dos pais, comprou a primeira máquina que permitia realizar cortes com maior precisão, o que ajudou a criar as suas próprias tendências de moda. Actualmente, desenha e costura as suas próprias peças e trabalha com tecidos de corte, pano e cetim. Como não há no país o curso de designer de moda, e na falta de possibilidade para se formar no estrangeiro, Elisa Quingila está a formar-se em medicina, mas o seu maior sonho é algum dia ir ao ex

terior para se formar em designer de moda.

Enquanto este momento não chega, aposta nas formações técnicoprofissionais que são promovidas nos centros de formação profissional e por alguns estilistas já conceituados, mas aposta, sobretudo, no auto-didactismo para aprimorar cada vez mais as técnicas de corte e costura.

Há mercado para todos

A cidade capital de Malanje é pequena, mas a província tem uma vasta extensão territorial e em fase de crescimento. Por esse motivo, a nossa entrevistada garante que não tem medo da concorrência. “Respeito todas e todos os designers de moda que existem em Malanje, alguns deles gosto e respeito muito, não estou preocupada porque penso que Malanje ainda vai crescer e há mercado para todos”, argumenta.Sublinha que caberá aos clientes escolherem trabalhar com os estilistas que forem mais ousados, criativos e apresentarem as melhores sugestões de moda. “Por isso, quando estou a desenhar, penso sempre em peças marcantes, especiais, que aumentem a auto-estima e que esta pessoa sinta necessidade de usar sempre a peça. Mesmo quando é para ser uma peça simples, é uma peça simples que dá vontade de repetir sempre”, conclui.

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