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ENTREVISTA

Texto: Mariano Quissola Fotos: Pedro Nicodemos

Termina de de Desenvolvimento Intervenção a legislatura, e 25 cuja Nacional, Políticas acção Estratégicas’. constituído girou em torno por Na do ‘6 entrevista Plano Eixos Nzatuzola que se reflecte segue, sobre o demógrafo a importância João Baptista crucial da Lukombo política demográfica para o alcance do bem-estar de um país. O especialista aponta a educação em saúde reprodutiva como principal tarefa do Executivo que sair das eleições de Agosto e discordada da corrente que defende a adopção de uma política de natalidade que inibe a reprodução humana.

João Baptista Luzkombo Nzatuzola

Termina a legislatura, cuja acção girou em torno do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN), constituído por ‘6 Eixos de Intervenção e 25 Políticas Estratégicas’. Na entrevista que se segue, o demógrafo João Baptista Luzkombo Nzatuzola reflecte sobre a importância crucial da política demográfica, para o alcance do bem-estar de um país. O especialista aponta a educação em saúde reprodutiva como principal tarefa do Executivo que sair das eleições de Agosto e discordada da corrente que defende a adopção de uma política de natalidade que inibe a reprodução humana

As desigualdades são profundas, o fosse é grande entre uma oligarquia menor e a maioria é que está numa situação de indigência

Luzkombo Nzatuzola avalia os objectivos e metas definidas no PDN sobre matéria da população, com destaque para a previsão da redução da taxa de incidência da pobreza de 36% em 2017 para 25% em 2022. Ao longo da entrevista, assente na análise do ‘Eixo 1: Desenvolvimento Humano e Bem-estar’, cujo foco é a ‘Política da População’, o demógrafo reitera a necessidade da redistribuição justa da renda nacional, como das principais ‘portas de saída’ da pobreza das famílias.

O que é o crescimento populacional e que relação tem com o crescimento económico?

O crescimento da população é uma dinâmica caracterizada pelo nascimento ou o aumento da população imigrante. Também pode ser caracterizado pelas mortes das pessoas, na mediada em que diariamente morrem pessoas. O saldo dessa diferença entre os que entram, os que saem, os que nascem e os que morrem é que de

termina o aumento ou decréscimo de pessoas, por se tratar de um fenómeno natural.

E a sua relação…

O processo económico é caracterizado pela combinação dos meios disponíveis, que são escassos, perante necessidades ilimitadas. Essa escassez de bens e serviços está relacionada à dinâmica da população, sobretudo a mais jovem, por ser a principal força de trabalho, entre os 14 até mesmo aos 60 anos. Agora, o desenvolvimento é um conceito relacionado ao crescimento, mas é específico. O crescimento implica um aumento quantitativo de bens e serviços. No nosso caso, quando aumenta, por exemplo, a produção petrolífera, podemos dizer que há um crescimento quantitativo do petróleo, não só em número de barris, mas também em termos de receitas arrecadas, independentemente da sua redistribuição. Mas quando não reflecte na vida das pessoas em termos de bem-estar, saúde, habitação e informação, não traz consequências desejáveis. Por isso é que na maioria dos países africanos produtores de petróleo surge a ironia segundo a qual, o ‘petróleo é uma maldição’, porque não traz qualidade de vida às populações.

O que pode ocorrer quando uma população cresce acima da taxa de crescimento económico?

Depende daquilo que o país produz em termos de bens e serviços, para a satisfação dessa população. Este é o desafio que temos em África. O dividendo demográfico. Grande parte da população africana é jovem e isso implica que quando aumenta de forma desequilibrada, cria aquela teoria malthusiana, segundo a qual, “o aumento da população aumenta de forma geométrica e os meios de subsistência de forma aritmética”. E no caso de Angola, esse aumento exige dar respostas às necessidades em termos de infraestruturas, escolaridade, saúde e principalmente em termos de segurança alimentar. Quando não há equilíbrio entre a produção e a população, cria desequilíbrios com as consequências como a delinquência, problemas ambientais e surgimento de mercados em cada esquina.

CARTA DO DIRECTOR

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2022-08-01T07:00:00.0000000Z

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